Nossa História
O Círculo de Pesquisas Literárias (CIPEL) é uma das mais antigas entidades culturais com atividades ininterruptas em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul.
Na década de 1960, nos tempos precursores à sua fundação, um grupo de intelectuais tinha por hábito reunir-se na Editora e Livraria do Globo, na tradicional Rua dos Andradas, quase esquina com a Avenida Borges de Medeiros, no Centro Histórico da Capital gaúcha.
Naquele conhecido endereço, no entorno de Lothar Francisco Hessel, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e eminente literato, tratavam dos mais diferentes temas da Língua Portuguesa, sempre aos sábados, pelas manhãs. Era o princípio da Entidade.
Dali, os encontros foram deslocados para o apartamento de Pedro Leite Villas-Bôas, dicionarista de incrível memória, na Rua General Bento Martins, também no Centro Histórico.
Nesse segundo endereço, aos 8 de dezembro de 1966, quinta-feira, o Círculo de Pesquisas Literárias tomou existência pela conjugação de esforços de seus quatro Fundadores: Hessel e Villas-Bôas, antes mencionados, o bibliófilo Julio Petersen e o literato e militar Hélio Moro Mariante – um quarteto dedicado, que atraiu pesquisadores de diferentes especialidades e constatou o promissor crescimento da então jovem Instituição.
Sem demorar, outros intelectuais secundaram os Fundadores: o dicionarista Ari Martins, o genealogista Paulo Xavier, os arquitetos Riopardense de Macedo e Günter Weimar, o urbanista Leandro Telles, o advogado Enedy Rodrigues Till, o mineralogista Pércio de Moraes Branco, entre outros.
Inicialmente, o Círculo de Pesquisas Literárias esteve direcionado aos estudos e às investigações bibliográficas, como revela sua denominação.
Com a ação sucessiva de seus novos sócios, um leque crescente de recortes temáticos passou a integrar suas pautas e discussões. O Círculo de Pesquisas Literárias abriu-se para os campos da Ciências Naturais, da Filosofia, da Arquitetura, da História, do Cinema, da Genealogia, da Música e outros temas correlatos.
Houve momento em que seus sócios não mais couberam no pequeno apartamento adquirido na Rua João Alfredo, na Cidade Baixa, e dividiram-se em quatro subgrupos, por preferência temática, reunindo-se a cada terça-feira do mês, sempre às 18 horas.
Com efeito, pouco a pouco, o Círculo de Pesquisas Literárias acabou por assumir um papel bastante similar ao desempenhado pela extinta Sociedade Parthenon Literário, no decorrer do século XIX. Seus sócios elaboraram estudos, investigações e protagonizaram debates que ocuparam relevo no cenário sul-rio-grandense.
O Círculo de Pesquisas Literárias organizou eventos, como concursos anuais de crônicas, com apoio do Correio do Povo, e cursos de formação e capacitação. Desde a década de 1990, publica, anualmente, uma antologia de artigos, a partir de cursos promovidos ou de temas sugeridos pelos sócios.
No decorrer de mais de meio século de atividade ininterruptas, outros tantos nomes passaram pela Instituição. Sem prejuízo de qualquer omissão, cabe mencionar os literatos Klaus Becker, Walter e Eva Koch, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os coronéis Claudio Moreira Bento e Luiz Ernani Caminha Giorgis, os historiadores Moacyr e Hilda Flores, Vera Lucia Maciel Barroso e Miguel Frederico do Espírito Santo, os filósofos Luiz Osvaldo Leite e Décio Andriotti, os sacerdotes Ruben Neis e Arthur Rabuske, o médico José Eduardo Degrazia e o editor Lotário Neuberger.
Uma geração mais recente, ainda, pode ser mencionada com o físico e literato Rafael Bán Jacobsen, o jurista Bruno José Queiroz Ceretta, o historiador Fabio Caetano Tovo, os professores Odone Antonio Silveira Neves e Jean Arcari e o editor Amauri Confortin.
Instituição permanentemente inovadora, o Círculo de Pesquisas Literárias teve, por trezes gestões, a historiadora Hilda Hübner Flores como presidente. No período, a Entidade deixou para trás, como sede, o pequeno conjugado da Rua João Alfredo e fixou-se em um apartamento maior, também na Cidade Baixa. Na atualidade, a entidade é presidida pelo físico e literato Rafael Bán Jacobsen.
Desde a pandemia, o Círculo de Pesquisas Literárias reúne-se mensalmente em modalidade híbrida, presencial e virtualmente, possibilitando a participação de sócios residentes fora de Porto Alegre. Permanece a tradição de encontros às terças-feiras, no final do dia.
Sem descurar de seu insigne passado e com as atividades postas no presente, o Círculo de Pesquisas Literárias continua a sua trajetória em favor da cultura rio-grandense.